Nova Constituição da Hungria reforça valores da Família: Viva a Hungria!

Francisco José Contreras *
O Parlamento de Budapest aprovou em 18 de abril passado (2011) a nova Constituição da Hungria. O texto apresenta uma série de traços de máximo interesse, embora insólitos na Europa atual. A nova Constituição é tão politicamente incorreta que parece um milagre (não é de se estranhar que a imprensa “progressista” ande rasgando as roupas por causa disso).A Constituição reconhece explicitamente a importância do passado cristão na forja da identidade húngara. Quer dizer, adota uma postura diametralmente oposta à que caracterizou a abortada Constituição europeia (que omitiu qualquer menção ao Cristianismo, embora citasse a Grécia, Roma e o Iluminismo). A Hungria não participa, pois, da patológica atitude de autonegação histórico-cultural que caracteriza muitos países ocidentais. Reconhecer as raízes cristãs não é mais do que um ato de justiça histórica: é uma profissão de fé (de fato, a Hungria é hoje em dia um dos países mais descristianizados).

A grande badalada, entretanto, vem com os artigos que proclamam que o Estado protegerá “ a instituição do matrimônio como uma comunidade de vida entre um homem e uma mulher” e que “ a vida do feto deverá ser protegida desde o momento da concepção” . A Hungria blinda o caráter heterossexual do casamento (adiantando-se a possíveis pressões da União Europeia em favor de sua ampliação aos casais do mesmo sexo) e se incorpora ao pequeno grupo de Estados europeus que reconhecem o direito à vida dos seres humanos não nascidos.

O primeiro artigo é uma mostra de senso comum (todas as culturas, em todos os tempos, sabiam que as leis deviam promover a convivência estável entre homem e mulher… porque só daí surge filhos. A proteção especial dispensada à associação de homem e mulher – a única fértil – não implica que outras formas de associação sejam proibidas).

O segundo, uma injeção de esperança para a causa pró-vida: a cultura da morte não é irreversível; em menos de 20 anos, dois importantes países europeus (o primeiro foi a Polônia em 1993) passaram do aborto livre a uma regulação restritiva. Os “progressistas”, na falta de melhores argumentos, terminam amiúde dizendo que o casamento gay e o aborto livre são inevitáveis porque “a sociedade mudou” e “os tempos exigem”. Não, os tempos não exigem nada. Os tempos correrão na direção que decidamos imprimir-lhes.

Nenhuma lei histórica condena as sociedades a “progredir” indefinidamente para a anomia e a dissolução de vínculos.

A Hungria que desenha a nova Constituição não é um Estado neofascista. As liberdades democráticas e a separação Igreja-Estado ficam claramente consagradas. A Hungria é, simplesmente, um país que quer sobreviver e, portanto, promove a vida, penalizando sua destruição na fase pré-natal e promovendo o “ecossistema” natural da vida insipiente (a convivência estável entre homem e mulher).

Quem lê “a Hungria quer sobreviver” pensará: que exagero! Não, em absoluto não é. Quase toda a Europa tem umas perspectivas demográficas sombrias, porém nos países eslavos estas são especialmente aterradoras. Com taxas de fertilidade que oscilam entre 1.2 e 1.5 filhos por mulher (o índice de substituição geracional é 2.1), e privados da imigração que, na Europa ocidental, atenua (embora insuficiente e transitoriamente) os efeitos da greve de ventres, os países da Leste Europeu parecem expostos ao desastre em poucas décadas: colapso socioeconômico por insustentabilidade do sistema de bem-estar (quem pagará as pensões e a saúde quando haja quase tantos aposentados quanto ativos?).

É o mesmo futuro que aguarda a Espanha (1.3 filhos/mulher). A imigração não solucionará visto que as taxas de natalidade estão caindo também na América hispânica e no Magreb (N.E. Magreb é o nome de uma região geográfica, situada no norte e noroeste da África, que abrange Marrocos, Argélia, Tunísia e Sahara Ocidental). Logo, já não terão excedentes de população que exportar, e ambos crescem economicamente mais rápido do que a Espanha: à medida que se encurte a diferença de renda, diminuirá o incentivo para emigrar.

Nesse contexto, resulta do máximo interesse a possibilidade – necessita de desenvolvimento legislativo – aberta pelo Art. XXI.2 da Constituição húngara: um sistema de sufrágio ponderado que atribua às mães tantos votos quantos filhos tenham a seu encargo.

A medida seria revolucionária (rompe com o princípio “um homem, um voto”), porém a Europa pós-familiar e pós-natal necessita de tratamento de choque. E, além da aparente desigualdade que introduz, ela não deixa de ser justa: atribui maior capacidade de incidência na determinação do futuro do país àqueles que, tendo filhos, tornam possível que esse futuro exista.

Por que se afundou a natalidade na Europa recente (a sociedade mais próspera da História)? Creio que a causa principal é a generalização de uma mentalidade hedonista que considera os filhos uma carga (se o sentido da vida reside em passá-lo bem, para que encher-se de filhos?) e de uma ética amorosa que exclui o compromisso definitivo e garante a perpétua renovabilidade do casal (quase ninguém decide ter filhos com parceiro provisório).

A sociedade deveria reverenciar e proteger o máximo possível aos “últimos pais”: a fração minguante de população que ainda faz a “antiquada” aposta de se casar e ter filhos. Um homem e uma mulher que deixam poupanças e juventude para cuidar de seus filhos, prestam ao país um serviço insubstituível (que não presta, em troca, o solteiro de ouro que prefere passar as férias no Caribe). Esse serviço deve ser reconhecido fiscal, simbólica e até politicamente. A Europa leva, literalmente, a vida nisso.

* Francisco José Contreras é Catedrático de Filosofia do Direito

Fontes:
www.abcdesevilla.es
www.midiasemmascara.org – 02 MAIO 2011 – Tradução: Graça Salgueiro

Publicado no Portal da Família em 09/09/2010

Lendo a Bíblia de uma maneira inovadora

Dicas ótimas para você entender e transformar sua leitura da Bíblia.

Em um debate teológico com os PhDs religiosos de sua época, Jesus afirmou àqueles que alegavam ter Moisés como patriarca: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu respeito” (João 5.46).É assim que você lê o Antigo Testamento? Como um escrito a respeito de Cristo?

A teologia bíblica molda nossa leitura das escrituras ao alinhá-la à leitura do próprio Jesus – a saber, a leitura da Palavra de Deus como boas novas historicamente fundamentadas a respeito da graça de Deus através do Filho de Deus para o povo de Deus, para a glória de Deus.

APRENDA A POSICIONAR O TEXTO DENTRO DA GRANDE HISTÓRIA

As lentes da teologia bíblica nos treinam a posicionar qualquer passagem no escopo da história única. Essa maneira de ler a Bíblia alegremente reconhece os diversos gêneros na Escritura – narrativo, poético, profecia, cartas. Embora a Bíblia não sejauniforme, ela é unificada. A teologia bíblica lê a Bíblia como um drama se desdobrando, tomando lugar no tempo e no espaço do mundo real, que culmina em um homem chamado Jesus – que disse que “tudo o que a meu respeito estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” – uma expressão para todo o Antigo Testamento – “era necessário que se cumprisse” (Lucas 24.44).

6 MANEIRAS ERRADAS DE LER A BÍBLIA

De que outras maneiras podemos ler a Bíblia?

  • A Abordagem Mina de Ouro – ler a Bíblia como uma mina vasta, cavernosa e sombria, onde ocasionalmente tropeça-se em uma pedra de inspiração. Resultado: leitura confusa.
  • A Abordagem Heróica – ler a Bíblia como um hall da fama moral que dá um exemplo após outro de gigantes espirituais que devem ser imitados. Resultado: leitura desesperadora.
  • A Abordagem das Regras – ler a Bíblia procurando mandamentos para obedecer a fim de sutilmente reforçar um sentimento de superioridade pessoal. Resultado: leitura farisaica.
  • A Abordagem Artefato – ler a Bíblia como um documento antigo sobre eventos no Oriente Médio há algumas centenas de anos que são irrelevantes para minha vida hoje. Resultado: leitura chata.
  • A Abordagem Manual de Instruções – ler a Bíblia como um mapa que me diz onde trabalhar, com quem casar e que xampu usar. Resultado: leitura ansiosa.
  • A Abordagem Doutrinária – ler a Bíblia como um repositório teológico para sacar munição para meu próximo debate teológico na Starbucks. Resultado: leitura fria.

Existe certa verdade em cada uma dessas abordagens. Mas tornar uma delas a lente predominante é transformar a Bíblia em um livro que ela nunca se propôs a ser. A abordagem da teologia bíblica entende a Bíblia em seus próprios termos – a saber, que “todas as promessas de Deus encontram seu ‘Sim’ em Jesus” (2 Coríntios 1.20). Resultado: leitura transformadora.

A teologia bíblica te convida a ler a Bíblia entendendo qualquer passagem dentro da narrativa central que culmina em Cristo. A Bíblia não é primariamente mandamentos com histórias de graça salpicadas. É primariamente uma história de graça com mandamentos espalhados nela.

LENTES NOVAS SOBRE PARTES DIFÍCEIS DA BÍBLIA

Algumas partes da Bíblia, é claro, parecem nada ter a ver com essa história de graça.

  • COMO ENTENDER A MALDADE DE REIS ISRAELITAS E SACERDOTES DE DEUS? A resposta da perspectiva da teologia bíblica é essa: Lemos como histórias que gradualmente intensificam nosso desejo por um verdadeiro rei, um sacerdote final, que nos liderará como esses homens deveriam ter feito – verdadeiramente representando Deus para o povo (rei) e o povo para Deus (sacerdote).
  • COMO LER GENEALOGIAS? Como testemunhos da graça de Deus a indivíduos reais, levando as promessas de Deus em linhagens específicas de maneiras concretas, promessas que nunca falharam, e que, em última análise, encontram realização em Jesus.
  • COMO LER PROVÉRBIOS? Como boas novas de sábio auxílio de alguém para discípulos trôpegos como você e eu.

UM LIVRO DE BOAS NOTÍCIAS

Imagine cair de paraquedas no meio de um livro, lendo uma frase e tentando entender tudo o que essa frase diz sem posicioná-la no meio do romance como um todo. Isso confundiria o leitor, obscureceria o significado e insultaria o autor.

A Bíblia é o relato autobiográfico de Deus da sua missão pessoal de resgate para restaurar um mundo perdido por meio de seu Filho. Cada verso contribui com essa mensagem.

A Bíblia não é discurso motivacional. É Boa Notícia.


Texto de Dane Ortlund. Traduzido por Josais Jr | iPródigo
Fonte: http://iprodigo.com

O desafio de descansar em Deus num tempo de ativismo

Esse por acaso não é também o seu desafio? Quem não se sente um pouco culpado por não orar mais ou por não ter lido a Bíblia ao final de um dia de corre corre?

Recentemente, estive adoentada com sintomas de um estilo de vida despreocupado com a saúde. Cansaço, sonolênia, tonturas, infecções respiratórias repetidas. Todas as vezes que isso acontece, me pergunto a Deus como uma mulher cristã, que é esposa e mãe e ainda trabalha fora pode experimentar uma vida contemplativa, como Maria, sem descuidar de seus afazeres e da obra do reino. Algumas respostas Deus já me deu ao longo da caminhada. Outras ainda estou por descortinar.

Uma das coisas importantes é a disciplina. Não de forma restrita, mas ampla. Disciplina como virtude que se deve cultivar como planta medicinal para a alma. Disciplina para fazer as melhores escolhas e as mais difíceis. E depois disso, para perseverar nelas. Ouvi nesses dias que estudiosos do comportamento detectaram uma espécie de letargia, que leva os jovens a não tomarem nenhuma decisão causada, pasmem, pela variedade e quantidade de opções que se apresentam. Ou seja, hoje temos tantas opções que não conseguimos discernir entre uma e outra. A alma precisa escolher para viver. Se não fizermos as escolhas certas, ainda que tenhamos que pagar um preço por elas, estaremos sujeitos a seguir as opções que outros impuserem a nós, tornando nossa existência cada dia mais complexa e repleta de exigências físicas e emocionais.

A disciplina do ser faz bem ao corpo, equilibrando as entradas de energia com os dispêndios, pois aquilo que se come também é uma escolha ligada ao modo de vida que temos. Se prestarmos bem atenção, no meio evangélico, adotamos em nome da “comunhão”, uma rotina de comilanças desenfreadas e idas frequentes a restaurantes, que não está aquém da jactância que Paulo encontrou no meio da igreja de Corinto. Dizem até: crente não bebe, mas come. Certamente, o prazer do compartilhar o pão juntos no sentido cristão, não nos autoriza a ultrapassar os limites da moderação e do bom senso. Por outro lado, nunca foi tão necessário o exercício físico como forma de equilibrar nossos gastos energéticos e equipar nosso organismo para suportar a diversidade de tarefas que temos.

O sedentarismo tem prejudicado a qualidade do nosso corpo em dar as respostas certas para esforços simples, como abaixar-se sem correr o risco de uma lombalgia. O sedentarismo físico assemelha-se muito, ao que ocorre em nosso espírito, despreparando-nos para os embates da fé.

É bom poder refletir nisso e ver que o caminho da paz já está proposto. Resta-nos seguir. Recordo as palavras do Senhor: vê onde caíste, arrepende-te e volta às primeiras obras. Voltemos aos princípios de Deus que incluem o cultivo da disciplina como foi modelo para nós o próprio Jesus e todos os santos.